- Área: 289 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Fernando Schapochnik
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Fabricantes: Marcelo Pagliuca, Nestor Díaz
Descrição enviada pela equipe de projeto. Esta residência foi projetada para um jovem casal que decidiu viver na periferia de Buenos Aires. O terreno escolhido localiza-se no bairro de San Benito Benavidez, o qual é acessado desde a rota Pan-americana ramal Escobar.
A proposta do projeto é trabalhar com uma residência de perímetro livre, utilizando os limites impostos pela normativa do bairro para os afastamentos frontais e laterais.
A residência está composta por uma sequência de espaços com diferentes qualidades que são descobertas ao percorrê-la. A materialidade é contundente e sua relação com as paisagens gera climas diversos ao atravessá-la. Uma esplanada de acesso recebe o visitante e permite também o acesso com o carro, em seguida a parte semi-coberta conecta-se até a porta principal, desde onde se acessa a um hall de entrada e o surpreendente pátio com um lago, deixando entrever a sala de estar no fundo.
A sobreposição dos dois volumes, um na parte inferior, maior e de uso cotidiano e outro reservado a intimidade, na planta superior, provocam espaços abertos, terraços e espaços semi-cobertos.
No térreo estão localizados o espaço de estar, o refeitório, a cozinha, banheiro e duas suítes. O exterior abriga a churrasqueira que se relaciona diretamente com o jardim e com a futura piscina. Na planta superior são distribuídos a suíte e um escritório. Ambos abrem-se a um terraço amplo com vista a lagoa do bairro, em um espaço que entendemos como lugar de encontro onde é possível ter uma experiência com a paisagem.
A casa se apoia sobre uma plataforma de concreto armado de 25cm de espessura. Toda a estrutura é feita através de um sistema de paredes, vigas e lajes de concreto armado. O balanço da planta superior se resolve com uma estrutura mista de concreto armado com vigas invertidas na planta superior, colunas e tensores metálicos de perfis 'c'. Para as fôrmas das paredes e vigas foram utilizadas tábuas aplainadas de 2,5 cm de espessura por 7,6 duplicando-as na espessura em determinados lugares para criar um ritmo vertical de baixos-relevos ao longo de todo o perímetro. Em certos extremos das paredes foram concretadas peças de aço galvanizado que contém iluminação de led, reforçando a orientação vertical do desenho. Nas fôrmas das lajes foram utilizadas chapas fenólicas multilaminadas de 18mm.
O concreto é deixado de forma aparente no exterior enquanto a face interior é revestida com placas de gesso com isolamento térmico.
Do mesmo modo, as carpintarias de alumínio negro com DVH incentivam esta verticalidade com os fechamentos de carpintaria feitos com placas cimentícias autoclavadas. As varandas de ferro se destacam no mesmo sentido.
As portas e móveis são de madeira de guatambú, conformando a terceira e última cor juntamente com o cinza do concreto e o negro das esquadrias.
O projeto prevê um sistema preparado para a captação de água pluvial de coberturas e terraços. Este sistema conta com artefatos para a captação ou infiltração de água, com elementos para transportá-la (encanamento) e um reservatório para armazenar a mesma de até 5m3.
O reservatório é utilizado para a reutilização em um sistema automatizado de irrigação por aspersão.
Por último, a residência busca transformar a paisagem através de uma presença forte desde a crueza de sua materialidade e sensível no descobrimento de seus espaços.